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sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Mossoró contabiliza 7 dias sem assassinatos

Fábio Vale

Marcos Lima/Arquivo
Morte de "Galeguinho da Várzea" contabilizou o 148° assassinato
O cenário de guerra urbana que se instalou no interior Potiguar, com frequentes registros de crimes de homicídios com características de execução sumária e o crescente número de aten-tados e tiroteios, parece ter tido uma aparente 'freada' em Mossoró. A segunda maior cidade do Rio Grande do Norte contabiliza uma semana sem o registro de assassinato. Os últimos sete dias contrariaram as estatísticas, nas quais o município estava contabilizando uma média de um homicídio a cada dois dias. O Comando da Polícia Militar da cidade acredita que o reforço no patrulhamento ostensivo por parte da Rocam estaria contribuindo para coibir a onda de assassinatos no município que já atinge a marca de 149 crimes contra a vida ocorridos nestes menos de nove meses de 2011.

Mesmo diante desses sete dias sem registrar homicídios, o número de assassinatos em Mossoró somente nestes menos de nove meses do ano já alcançou uma proporção assustadora. De primeiro de janeiro 2011 até às 12h de hoje (22), horário de fechamento da matéria, 149 pessoas foram mortas na cidade, segundo dados levantados junto aos veículos especializados na cobertura policial. Na maioria dos casos, os crimes são praticados por uma dupla de moto que não é identificada pela polícia. Informações levantadas pela polícia militar do município revelam que mortes com características de execução teriam relação com consumo e venda de drogas.

As explicações para os homicídios correlacionados diretamente com o tráfico de drogas executam-se principalmente por questões de dívidas com traficantes ou por disputas por pontos de vendas. As relações indiretas ocorrem quando as vítimas são alvos dos usuários ou traficantes visando a aquisição de bens para sustento do vício ou das atividades do tráfico. Uma das características levantadas para os casos de homicídios em Mossoró é que ocorrem geralmente nos bairros mais populosos e nas áreas periféricas da cidade.

Para se ter uma idéia da violência que tomou conta de Mossoró, há uma semana foi contabilizado o homicídio de número 149, que, segundo a polícia, foi resultante de um confronto entre policiais e um homem suspeito de envolvimento no roubo de armas do Itep de Mossoró. A polícia afirma que a morte do suspeito de 26 anos de idade identificado como Antônio Marques Gomes da Silva, mais conhecido como "Marquinhos" e "Pajé", se deu durante uma troca de tiros.

Já na tarde do dia anterior, último dia 14, o adolescente Alan Franklin Lima dos Santos, de 17 anos de idade, foi morto a tiros no bairro Alto de São Manoel. "Galeguinho da Várzea" foi executado com tiros na cabeça. E o outro recente homicídio foi registrado na noite de terça-feira (13) quando um jovem foi encontrado morto com mãos e pés amarrados em uma área de matagal do loteamento Canaã, localizado a cerca de 10 km do Centro da cidade. O corpo da vítima segue no Instituto Técnico e Científico de Polícia (Itep) sem identificação.

Repressão aos assassinatos

O comando da Polícia Militar de Mossoró (2º BPM) diz ter conhecimento de todos os casos de homicídio e ciência da gravidade da situação. A PM diz que a corporação vem trabalhando dentro do possível tanto no policiamento ostensivo, inclusive efetuando um trabalho de desarmamento durante o trabalho feito nas rondas, quanto no setor investigativo em parceria com a Polícia Civil. Quanto à possibilidade da existência em Mossoró de um grupo de extermínio, as autoridades de Segurança Pública e Defesa Social, descartam esta hipótese. Segundo elas, nos homicídios ocorridos em Mossoró as vítimas são, geralmente, pessoas envolvidas com tráfico de drogas, brigas de gangues, 'acerto de contas' ou vingança. "O trabalho é dificultado pela predominância da "lei do silêncio", onde ninguém fala nada, senão morre", explicou um policial civil que preferiu não se identificar.

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