"Não entreguei o RN quebrado e vou provar"
Iberê, que sucedeu Wilma de Faria (PSB) no cargo de chefe do Executivo estadual, terminou sendo o alvo de diversos ataques do atual governo, posto como um dos principais responsáveis pela crise financeira que o Estado vem enfrentando, segundo governistas.
Mas hoje, ele decidiu falar e rebateu todas as críticas. Segundo Iberê o Governo não foi passado para as mãos do DEM "quebrado". O ex-governador disse que, durante o tempo que esteve a frente do Executivo, todas as finanças estavam em dia e dentro do limite prudencial. "Não quero entrar nesse tipo de discussão, que não vai chegar a canto nenhum. Tenho documentos do TCE [Tribunal de Contas do Estado], que comprovam que o governo estava dentro do limite prudencial", argumentou.
Mas Iberê reconheceu as dificuldades financeiras, que o Estado vinha passando, mas reforçou não haver crise financeira existente, a ponto de quebrar o Estado e impossibilitar novos investimentos.
"Estou sendo colocado como algoz, como o responsável pela crise. Mas temos que lembrar que todos os Estados pequenos estão passando por dificuldades financeiras, por causa do pacto federativo. Mas quero deixar bem claro que uma coisa é um Estado estar passando por dificuldade, outra completamente diferente é dizer que está quebrado, acima do limite prudencial, sem projeções e perspectivas de futuro. O Rio Grande do Norte é um estado viável com boas projeções. Temos pela frente a construção de um novo aeroporto, teremos uma Copa do Mundo, temos agora um parque eólico em andamento, quer dizer, temos muito mais o que crescer, que mostrar como oportunidades de investimento", disse.
Combustíveis
Ainda dentro das questões financeiras, Iberê culpou o atual governo por ser um dos responsáveis pelo aumento do preço dos combustíveis no Rio Grande do Norte, mesmo tendo sido esse aumento sido uma conseqüência do projeto de reajuste de 2% no ICMS, proposto exatamente por ele.
"Quando eu estava no governo foi proposto o aumento no Fundo de Combate à Pobreza e isso implicaria no reajuste de 2% no ICMS sobre o que era arrecadado nos combustíveis. Mas na época a oposição era maior e terminou rejeitando o aumento. Em dezembro, quando o governo já estava eleito, eu derrotado e o vice-governador eleito ainda era o presidente da Assembleia Legislativa, decidiu colocar em pauta a votação para o reajuste e aprovou. Quer dizer, enquanto eu era governo o reajuste era impróprio, mas quando o governo passou a ser legal. Ainda mais com essa estratégia de aprovar o projeto no apagar das luzes, em 27 de dezembro salvo engano", observou.
Mochilas escolares
O ex-governador ainda puxou para si o ônus a cerca do recolhimento das mochilas escolares do Governo do Estado, que estavam irregulares, fora do padrão que foi apresentado durante a licitação.
"A empresa vencedora nos mandou a amostra. Assim que a Secretaria Estadual de Educação recebeu e viu que não correspondia ao que foi especificado, o contrato e o empenho foram suspensos e a empresa foi notificada para levar as mochilas de volta. O cancelamento foi no meu governo e o dinheiro ficou lá. Não foi o governo atual", declarou.
Obras paralisadas
Iberê lamentou o grande número de obras paralisadas por causa dos convênios suspensos e, segundo ele, pela falta de compromisso de Rosalba com obras importantes que estão com os recursos garantidos. Iberê alfinetou a governadora indicando a ela, esquecer o discurso retrovisor e adotar uma postura mais de governo que trabalha.
"É mais digno ela [Rosalba Ciarlini] continuar e ser humilde em afirmar que nosso Governo conseguiu liberar os recursos, mas ela resolveu adotar um tom de criticas e parar todas as obras para depois dizer que conseguiu a liberação dos recursos na sua gestão, mas todas as obras estão com recursos já liberados", disse o ex-governador em entrevista à rádio Santa Cruz AM.
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