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segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Brasil pode ser “celeiro do mundo”, diz Mapa

A liderança brasileira na produção agropecuária e o seu reconhecimento por mercados exigentes em todo o mundo se fizeram não só da porteira para fora, mas também além das fronteiras. O país é hoje o principal exportador mundial de café, açúcar, etanol e suco de laranja e desponta no mercado de carnes bovina e de frango. “O peso da agricultura no mercado internacional de alimentos é crescente e devemos ampliar ainda mais essa participação como fornecedores de produtos agropecuários ao mundo daqui para a frente”, afirma o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Wagner Rossi.

Ele lembra que, nos últimos oito anos, as exportações cresceram 111%, passando de US$ 30,65 bilhões, em 2003, para US$ 64,78 bilhões, em 2009. O pico das vendas ocorreu em 2008, quando a balança comercial fechou o ano em US$ 71,84 bilhões, mas a previsão é que, em 2010, o total dessas vendas chegue a US$ 75 bilhões. Até novembro, as exportações de produtos agropecuários renderam ao país US$ 70,3 bilhões em divisas. Essa performance é 17,7% superior ao volume embarcado no mesmo período de 2009.

O agronegócio foi responsável por 42,5% das exportações brasileiras, em 2009, e esse percentual só não foi o maior da história por conta da queda de 14% nos preços das commodities agrícolas devido à crise financeira internacional de 2008, que é apontada como a maior desde a quebra da Bolsa de Nova York, em 1929.

Estratégia

As exportações brasileiras agrícolas começaram a ampliar sua participação no total mundial a partir de 2003, quando o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva se propôs a dar ênfase à internacionalização do setor, com a geração de mais excedentes e ampliação do saldo da balança comercial. Em 2002, a participação do Brasil no comércio mundial total era de 1,2% e de 4,6% no comércio agrícola. Desde então, a fatia do país no setor agrícola aumentou. Foram 2,2 pontos percentuais para o agronegócio (6,8%) e 0,4 ponto (1,6%) em outros setores.

Nos últimos oito anos, as negociações internacionais experimentaram importância crescente. A agenda externa tornou-se mais proativa, a partir de missões frequentes e estratégicas organizadas pelo Ministério da Agricultura. Juntamente com representantes de outros governos, foi possível negociar a abertura oficial de mercados, como o da carne de aves para Coreia do Sul e China, e carne suína para o Vietnã. Além disso, o país conquistou a reabertura do acesso da carne bovina à África do Sul, Chile e Rússia, após o fechamento de mercados por causa dos focos de febre aftosa em Mato Grosso do Sul e Paraná, em 2005.

O secretário de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Célio Porto, diz que ainda há desafios a serem superados nas negociações, em especial na ampliação do mercado da carne suína no Japão, Coreia do Sul, China e União Europeia. “Esses mercados são importantes e podemos ter uma participação ainda maior”, avalia. A expectativa é que, ainda em 2011, os norte-americanos deem o aval para as exportações de carnes bovina in natura e suína in natura.

Célio Porto explica que a produção brasileira ganhou destaque na vitrine internacional também por mérito das diversas ações de promoção comercial. O Ministério da Agricultura organizou a exposição de produtos em feiras e eventos do setor em países da Ásia, Oriente Médio e Europa.
Tribuna do norte

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