Na manhã de ontem, 22, uma equipe da Cosern retirou todas as ligações clandestinas da favela do Tranquilim. A operação contou com a ajuda de viaturas da Polícia Militar, com grupos da Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas (Rocam) e do Grupo Tático Operacional (GTO).
No local, a quantidade de gambiarras encontradas é de impressionar. De apenas um poste a Cosern retirou dezenas de fios emaranhados e cheios de remendos, que chegam aos barracos levando luz e um perigo iminente de uma tragédia.
Aos poucos, a equipe de energia vai desmontando a estrutura de fiação com "postes' improvisados feitos com estacas de madeira. Paralelamente, os moradores do Tranquilim se arriscam para tentar recolher a fiação retirada pelos técnicos, com a clara intenção de religá-las. "Assim que eles saírem vamos religar. São eles tirando e nós colocando. Não podemos viver no escuro", diz um dos moradores.
Conforme o gestor de unidade da Cosern, Miguel Rogério, as ligações clandestinas, os chamados "gatos", levam energia de forma irregular para mais de 500 casas da comunidade. Para ele, mais do que uma perda econômica, a irregularidade representa um perigo constante para as famílias da região.
"Nossa maior preocupação em retirar as ligações clandestinas é com a segurança destas famílias. Os fios ligados à rede elétrica de maneira inadequada, feitos com fios de telefone e remendos, podem ocasionar um curto-circuito ou até um incêndio de grandes proporções no local. E um incêndio nas circunstâncias em que a favela se encontra seria praticamente impossível de conter. Por isso, esta é uma ação mais preventiva do que punitiva", justifica Rogério.
Além do risco para as famílias da comunidade, os "gatos" prejudicam os consumidores regularizados, principalmente da região do Grande Alto de São Manoel e do conjunto Vingt Rosado. "Nas ligações clandestinas da favela são consumidos em média 40 mil kW por mês. E o valor deste gasto extra acaba sendo pago pelos consumidores da Cosern", explica.
Os moradores dizem que estão sendo injustiçados com a ação. Eles alegam que por não disporem de fornecimento de energia, não têm outra alternativa senão fazerem 'gatos'. "Praticamente todos os anos passamos por essa mesma situação por causa da energia. Já procuramos a prefeitura, mas ela ainda não resolveu esse problema", reclama o morador Ricardo Alexandre.
A Cosern esclarece que só está habilitada a fazer ligações de energia no local quando for realizada a regularização e a urbanização do terreno, com a definição de ruas. "Primeiramente a situação das famílias do Tranquilim precisa ser regularizada para que o fornecimento regular de energia possa ser feito. Enquanto não for resolvida essa questão, todo esse problema de "gatos" na favela continuará ocorrendo", diz.
o mossoroense
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