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quinta-feira, 7 de junho de 2012

Após três semanas de greve, alunos de universidades federais temem perder as férias

 Mesmo sem aulas, maioria apoia paralisação dos professores

http://i2.r7.com/placaunifal-TL.jpgDaia Oliver/R7
A estudante Natalia de Menezes Lopes, da Unifal está sem aulas desde o início da greve. Na instituição, os alunos não aderiram ao movimento grevista, mas se reúnem no campus para fazer atividades enquanto as aulas não voltam
Três semanas após o início da greve geral dos professores das universidades federais, os estudantes se mostram preocupados com o calendário de aulas.

De acordo com o último levantamento feito pela Andes (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior), já são 53 instituições federais em greve, sendo que 49 das 59 universidades federais do País estão com parte das aulas paralisadas.

Felipe Morgan, estudante de engenharia da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) é um dos muitos alunos que poderão ter as férias e até a formatura prejudicadas por conta da paralisação.

— Eu tenho uma viagem marcada para o Chile e precisei negociar com os professores para que, caso as aulas voltem, eu não tenha problemas com provas e entrega de trabalhos. Mas sei que vamos acabar tendo algum prejuízo.

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Ainda assim, Morgan apoia a paralisação dos docentes. Na Unifesp, parte dos alunos também decretou greve. No campus Diadema, onde Morgan estuda, os alunos estão paralisados desde o dia 18.

— Além de manifestar o apoio aos docentes, queremos mostrar que também não estamos contentes com a situação da universidade. O campus está em péssimas condições e muitas vezes falta até água. Sabemos que fazer greve é um modo de pressionar o governo e alertar para a necessidade de melhorias.


Minas Gerais
A estudante de biomedicina, Natalia de Menezes Lopes, da Unifal (Universidade Federal de Alfenas), em Minas Gerais, também está sem aulas desde o início da greve. Na instituição, os alunos não aderiram ao movimento grevista, mas se reúnem no campus para fazer atividades enquanto as aulas não voltam.

— Não queremos que esse tempo seja desperdiçado. Apoiamos os protestos dos professores e achamos que abandonar a faculdade não seria uma boa ideia. Alguns cursos estão exibindo filmes e fazendo palestras de conscientização política. Temos problemas com custos de transporte e alimentação, por isso queremos aproveitar o momento para protestar.

No Estado de Minas Gerais, oitos instituições têm professores em greve: Cefet (Centro Federal de Educação Tecnológica) de Minas, IFMG (Instituto Federal de Minas Gerais), Instituto Federal e Tecnológico do Sudeste de Minas Gerais, UFSJ (Universidade Federal de São João Del Rey), UFTM (Universidade Federal do Triângulo Mineiro), UFU (Universidade Federal de Uberlândia), UFV (Universidade Federal de Viçosa) e Unifal (Universidade Federal de Alfenas).

Natália conta que, na sua faculdade, os professores ainda não decidiram como farão com as aulas que precisam ser repostas.

— Alguns alunos, os que estão para se formar ainda neste semestre, estão tendo aulas parcialmente, para não prejudicar a formatura. Eu tentei saber como ficariam as aulas para poder viajar nas férias e só tive resposta de dois professores. A maioria só vai decidir o que fazer quando o sindicato decidir o fim da greve.


Rio de Janeiro

No Rio de Janeiro, a greve atinge quatro universidades: UFF (Universidade Federal Fluminense), UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), UFRRJ (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro) e Unirio (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro).

Juliana Blatt, que estuda arquitetura na UFRJ, conta que, no início, não apoiava a paralisação. No entanto, depois de participar de algumas assembleias, percebeu que poderia se juntar aos demais alunos para reivindicar melhorias para os estudantes.

— Não estamos de férias. Esse é um momento de debate, já que os alunos estão sendo prejudicados há muito tempo por falta de recursos na faculdade. Também aproveitamos para adiantar alguns trabalhos que podem ser feitos sem ajuda dos professores. Os prazos de entrega terão de ser revistos, mas ao menos conseguimos manter uma rotina enquanto as aulas não voltam.


Consciência 
Para o presidente da UNE (União Nacional dos Estudantes), Daniel Iliescu, a consciência dos estudantes é muito importante para reivindicar melhorias no ensino.

— O movimento estudantil está se fortalecendo e ganhando destaque. Queremos aproveitar o momento não só para defender os professores, mas também para reivindicar melhorias reais na educação, como o investimento de 10% do PIB [Produto Interno Bruto] e com 50% dos royalties do pré-sal. 

De acordo com Iliescu, a UNE definiu metas para melhorar o ensino nas universidades federais. Entre elas, estão a contratação de novos professores e funcionários e mais investimento para garantir assistência aos estudantes, como moradia e alimentação. 

Há também um plano emergencial para organizar as universidades que estão em situação precária, como a faculdade de medicina da URFJ, que fica no campus de Macaé, e o campus de Guarulhos, na Grande São Paulo, da Unifesp. 

— Torcemos para que a greve traga melhorias reais de salários e condições de trabalho aos professores. E também vamos lutar para garantir uma expansão com qualidade no ensino superior do País.

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