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segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Cientistas europeus vêm analisar missão espacial

A partir da noite de hoje, mais de 120 cientistas do Brasil e de dez países da Europa estarão reunidos no Ocean Palace, na Via Costeira, participando do 4º CoRoT Brasil Workshop, para discutir e analisar os resultados da missão espacial CoRoT. A missão teve início em 2006, com o lançamento de um satélite no Cazaquistão, e a capital potiguar sedia o encontro pela terceira vez. O 4º CoRoT Brasil Workshop será encerrado na próxima quarta-feira (1º).

alex régisCientista Renan de Medeiros: “Olhar para o céu, para mim, tem o mesmo valor do ar que respiro”Cientista Renan de Medeiros: “Olhar para o céu, para mim, tem o mesmo valor do ar que respiro”
Os resultados da missão, que desde o início da avaliação em 2007 surpreenderam a equipe, foram antecipados pelo professor titular do Departamento de Física da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), José Renan de Medeiros, em entrevista à TRIBUNA DO NORTE. “Mais de cem mil estrelas foram contabilizadas e vinte planetas descobertos fora do Sistema Solar, tendo um, inclusive, com características semelhantes à Terra. Temos uma diversidade muito maior do que imaginávamos e isso servirá de base para diversos projetos de pesquisa tanto na Europa quanto no Brasil”, disse. O CoRoT ganhou grande repercussão mundial pela sua busca por vida fora da Terra e também do Sistema Solar.

Além da apresentação do status atual da missão, o evento tratará as principais questões científicas que contam com a atuação de brasileiros. Os seguintes temas estão pautados para discussões: Exoplanetas e astrobiologia; Rotação e Atividade estelar; Oscilações; Estrelas jovens; Sismologia de estrelas quentes.

Toda a missão teve o gasto de 155 milhões de euros (cerca de R$ 350 milhões). O professor Renan de Medeiros explicou o objetivo do investimento: “O objetivo era procurar planetas dentro da zona de habitabilidade, ou seja, que possam desenvolver algum tipo de vida. Mas, a longo prazo, pretende contribuir com as grande questões da humanidade, como de onde viemos e para onde vamos”.

Para o cientista, por meio da observação de planetas em diferentes estágios de desenvolvimento é possível entender o próprio desenvolvimento da Terra. “Fazemos uma espécie de filme. Quando encontramos planetas menos ‘desenvolvidos’, podemos entender como a Terra costumava se comportar. Já o oposto ocorre quando nos deparamos com planetas mais ‘avançados’: podemos prever o que acontecerá com o nosso”, esclareceu.

Missão Plato

O 4º CoRoT workshop também apresentará a missão espacial Plato (o nome do filósofo grego Platão em inglês). A missão será uma continuação da atual, porém muito maior e mais ambiciosa. Os investimentos serão de 500 milhões de euros, contra os 155 milhões da CoRoT.

O satélite tem lançamento programado para 2018 com previsão de observar por seis anos cerca de 500 mil estrelas. A busca por planetas idênticos à Terra e também dentro da zona de habitabilidade continua. O Brasil terá o papel de analisar previamente as estrelas para o Plato, além de enviar engenheiros para desenvolver softwares.
tribuna do norte

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