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quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Mau cheiro exalado pelas águas incomoda população

Há 20 anos a paisagem do rio Mossoró era bem diferente da de hoje. Águas mais cristalinas, um pôr do sol digno de contemplação e o cheiro da vegetação úmida completando o ar bucólico da região. Após duas décadas, a população cresceu vertiginosamente, a aparência e, sobretudo, o odor exalado pelo rio mudaram. Hoje a população reclama do mau cheiro vindo das águas.

Empresários que possuem seu negócio bem próximo ao rio, o casal Renata Melo e José Raimundo conta que há cerca de um mês percebeu que o cheiro está ainda mais forte. "Ontem mesmo eu passei e senti um odor muito forte. Dá para sentir de longe", diz Renata. Já o empresário diz que o odor é ainda mais perceptível quando trafega pela ponte que dá acesso ao Centro da cidade.

"Quando a gente passa de carro ou então a pé, o cheiro é insuportável", diz. Os taxistas que trabalham antes da ponte, no Espaço Arte da Terra, ficam o dia inteiro próximo ao rio. "É muito ruim o cheiro, porque a gente fica aqui o dia todo. É horrível. Às vezes os passageiros reclamam e também os comerciantes que têm bares aqui. As pessoas vêm comer e ficam sentindo o mau cheiro. Isso incomoda muito", disseram os taxistas.

O gerente executivo do Meio Ambiente do município, Mairton França, esclarece que apesar de desagradável, o cheiro forte é fruto de um processo natural do rio que sofre com o despejo de esgotos em suas águas. "O mau cheiro é provocado pelo gás metano liberado como resultado do material orgânico despejado no rio através dos esgotos residenciais", explica. Segundo ele, o cheiro se concentra principalmente na área do Centro da cidade, pois os principais bairros em seu entorno não possuem saneamento.

"Bairros como Belo Horizonte, Alto da Conceição e Doze Anos não possuem saneamento e a própria população acaba colocando seus esgotos dentro das galerias pluviais. Essa atitude é clandestina e criminosa", diz Mairton. O gerente explica que a principal alternativa para esses bairros seria a instalação de fossas sépticas nas residências. "Como a maioria das casas são antigas, não têm espaço para a construção dessas fossas e ainda a restrição financeira impede a instalação, já que essas fossas necessitam de uma limpeza regular", justifica.

As residências instaladas irregularmente próximas às margens do rio também colaboram para agravar a situação. "As ocupações foram feitas irregularmente há muito tempo. Podemos até tentar achar culpado, mas isso não resolverá o problema", diz. Além dos esgotos, a população joga lixo e outros tipos de objetos no leito do rio. A saída para o problema, segundo ele, seria a ampliação de recursos para o saneamento da cidade através do Governo Federal. "Nós também estamos na fase de orçamento para a realização do Plano de Monitoramento, que deverá ser realizado nos próximos dois anos. Mas vale lembrar que essa atitude não depende só da Prefeitura, depende da conscientização das pessoas".

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