Você acha que algum dia poderia tentar ficar livre de uma nota de R$ 50 ou de R$ 100 novinha, sem nenhum rasgado ou amassado? Pois o operador de caixa de loteria Roberto Avilmar Gonçalves tenta se livrar dessas cédulas assim que pode. Motivo: as notas colocadas em circulação pelo Banco Central em 13 de dezembro são maiores e, junto com as outras, menores, dificultam o operador a organizar o dinheiro no fim do dia. “Na hora de dobrar o dinheiro e passar a gominha, as pontas das novas notas, que são maiores, se amassam. Por isso, tento ficar livre delas rápido, passá-las para a frente”, afirma. Mas é só no trabalho que Gonçalves “despreza” as cédulas recém-lançadas. Na carteira, ele traz uma novinha, de R$ 100. “Esta nota quase não tem no mercado e eu não a tiro da minha carteira”, diz.
As novas cédulas de R$ 50 e R$ 100, pertencentes à segunda família do real, estão sendo colocadas pouco a pouco no mercado. A substituição da primeira família vai ser feita à medida que as notas atuais que estão em circulação forem retiradas do mercado, em função de desgaste natural. Neste ano o Banco Central deve lançar as novas cédulas de R$ 20 e R$ 10 e, em 2012, as de R$ 5 e R$ 2. O banco avisa que não há necessidade de trocar as cédulas atuais pelas novas na rede bancária, pois as duas famílias vão conviver em circulação até a completa substituição das atuais.
A diferença no tamanho das novas cédulas em relação às antigas é apontada como positiva quase que por unanimidade entre as pessoas que já tiveram contato com a segunda família do real. “É bom que evita a confusão. Uma vez uma pessoa quase me deu uma nota de R$ 100 no lugar da de R$ 2, pois são da mesma cor”, ressalta o taxista João Olímpio Costa Filho. Até sexta-feira ele não tinha recebido – nem visto – nenhuma cédula nova.
Ao ser apresentado a uma nota, tratou logo de pensar na carteira. “É maior um pouco. Eu não sei se vai caber”, afirma. Giovane Nascimento Machado é vendedor da loja Ponto das Bolsas. Entre as carteiras de dinheiro disponíveis na sua prateleira, há um modelo que precisa ser vendido rapidamente: a míni, do tamanho exato das cédulas antigas do real. A nota de R$ 50 coube no comprimento, mas sobrou na largura. A de R$ 100 sobrou no comprimento e na largura.
O projeto da segunda família do real vem sendo desenvolvido desde 2003 pelo banco em conjunto com a Casa da Moeda do Brasil (CMB), responsável pela produção do dinheiro brasileiro. Segundo o BC, o objetivo do projeto foi a modernização das cédulas, com a adoção de recursos gráficos mais sofisticados, capazes de dificultar as tentativas de falsificação, além de promover o acesso aos portadores de deficiência visual, oferecendo mais recursos para o reconhecimento das cédulas.
“Parece com a nota do euro.” Este foi outro comentário comum entre as pessoas que já viram as novas cédulas. O consultor imobiliário Hugo de Souza mora na Espanha e está de visita a Belo Horizonte. Ao comparar a nova cédula de R$ 50 com a de 50 euros, ele confirma a semelhança.
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